O mapeador de ausências: tempo, falta e trauma

imagens da 1ª edição do livro por Priscilla Melo Ribeiro de Lima Mia Couto é um poeta cuja sensibilidade encontra formas sempre diferentes de me tocar. Já resenhei outro livro dele aqui, Terra sonâmbula. E não foi diferente com O mapeador de ausências. Inspirado em suas lembranças de infância e na figura do seu pai, … Continue lendo O mapeador de ausências: tempo, falta e trauma

A dor e a angústia diante do massacre – esperança no processo de prantear os mortos

Imagem do cesto típico dos tutsis - Kigembe - produzido pelas mulheres para seu inzu [casa]. Imagem retirada de: https://pt.dreamstime.com/foto-do-artesanato-local-feita-por-mulheres-no-ruanda-o-tem-uma-import%C3%A2ncia-cultural-e-econ%C3%B4mica-significativa-um-aspecto-image281834330 por Priscilla Melo Ribeiro de Lima “Aos raros sobreviventes que carregam a dor de sobreviver”Dedicatória de Baratas (Scholastique Mukasonga, 2006/2018) “Para todas as mulheres que se reconhecerão na coragem e na esperança obstinada de Stefania” … Continue lendo A dor e a angústia diante do massacre – esperança no processo de prantear os mortos

A vida como ela foi – um jovem na Brasília ditatorial

por Priscilla Melo Ribeiro de Lima Anápolis, 24 de fevereiro de 2024. Imagem retirada de: https://br.pinterest.com/pin/290693350921090140/ “A noite da espera” é volume 1 da trilogia “O lugar mais sombrio”, de Miltom Hatoun, publicado em 2017 pela Companhia das Letras. Martim, Dinah, Ângela, Fabius, Nortista, Vana e Lázaro se tornam amigos durante o período mais cruel … Continue lendo A vida como ela foi – um jovem na Brasília ditatorial

Em busca de compreender o coração selvagem

https://www.poesianaalma.com.br/2020/04/resenha-perto-do-coracao-selvagem.html por Priscilla Melo Ribeiro de Lima Joana é uma mulher que não se encaixa no padrão da mulher feminina (?) e cuidadora, submissa às vontades e cuidados do marido, ou de qualquer outra pessoa. Ela não se submete. O mesmo podemos dizer de Clarice... É bem interessante como podemos fazer certas aproximações entre Joana, … Continue lendo Em busca de compreender o coração selvagem

Ponciá Vicêncio e o barro de Nanã – origem e resistência

Imagem retirada de https://pin.it/13aVe6L por Priscilla Lima Ponciá Vicêncio foi o primeiro romance escrito por Conceição Evaristo, mas que ficou engavetado por 10 anos até a autora conseguir publicá-lo, às suas custas, em uma editora independente. O livro, escrito em 1993 e publicado em 2003, tem ganhado diversas edições e o reconhecimento enquanto um obra-prima … Continue lendo Ponciá Vicêncio e o barro de Nanã – origem e resistência

Cecilia e a travessia feminina em uma sociedade patriarcal

por Priscilla Lima Comecei a leitura com sentimentos ambivalentes. Curiosa e desejosa de ler outra escritora inglesa (já li tudo de Jane Austen, e quase tudo das irmãs Brontë - que são as autoras inglesas mais lidas, traduzidas e publicadas), me vi também ressabiada. Ressabiada porque algumas das resenhas que li da obra de Frances … Continue lendo Cecilia e a travessia feminina em uma sociedade patriarcal

Diário de leitura#3 – “Cecilia”, de Frances Burney

Anápolis, 07 de julho de 2023 Já que não deu pra continuar nossa viagem pra Palmas (deu uma pane no motor do carro 😮‍💨), vamos de leitura, né?.Frances Burney segue despertando uma diversidade de sensações - empatia por Cecilia, asco por alguns personagens masculinos, pena por outros…Em alguns momentos, o enredo se aproxima de temas … Continue lendo Diário de leitura#3 – “Cecilia”, de Frances Burney

Diário de leitura #2 – “Cecilia”, de Frances Burney

Anápolis, 04 de julho de 2023. A leitura está fluindo bastante. Burney constroi as personagens e narra os eventos de maneira que envolve o leitor. Comecei a leitura há 3 dias e já passei da página 200! Cecilia continua se mostrando uma jovem mulher com uma personalidade forte e dócil ao mesmo tempo. Se vê … Continue lendo Diário de leitura #2 – “Cecilia”, de Frances Burney

Diário de leitura – “Cecília”, de Frances Burney

Anápolis, 02 de julho de 2023 Comecei a leitura com sentimentos ambivalentes. Curiosa e desejosa de ler outra escritora inglesa (já li tudo de Jane Austen, e quase tudo das irmãs Brontë - que são as autoras inglesas mais lidas, traduzidas e publicadas), me vi também ressabiada. Ressabiada porque algumas das resenhas que li da … Continue lendo Diário de leitura – “Cecília”, de Frances Burney

A idade da discrição, idade da reacomodação

por Priscilla Lima Imagem em destaque de Aleah Chapin - foto retirada de: https://www.flowersgallery.com/news/artists/102/ Entediada com minhas leituras atuais da era vitoriana (estou lendo "A pequena Dorrit" de Charles Dickens, e comecei ontem "A irmã mais nova", livro iniciado por Jane Austen e continuado por sua sobrinha), peguei um livro de contos que já há … Continue lendo A idade da discrição, idade da reacomodação

Silêncios e companhias em revisitações…

por Priscilla Lima.O arrefecimento das demandas externas me ajudam a escolher outras possibilidades de leituras e reflexões.No momento, me voltei a leituras sobre formação, emancipação e ressentimento..Assustada e revoltada com o dia da infâmia, 8jan2023, retornei a uma análise do conto "Verba testamentária", de Machado de Assis, para tentar escrever e analisar a estrutura e … Continue lendo Silêncios e companhias em revisitações…

Violência, colonização e um passado feminino em “O alegre canto da perdiz”, de Paulina Chiziane

por Priscilla Lima A história narrada por Chiziane atravessa as trajetórias de uma família que vivencia o final do período de colonização de Moçambique até a libertação. O fio condutor da história é todo o processo de subjugação dos corpos e subjetividades negras e a miscigenação e construção de uma “nova raça”. Esse processo é … Continue lendo Violência, colonização e um passado feminino em “O alegre canto da perdiz”, de Paulina Chiziane

Terra sonâmbula ou o despertar da memória

Imagem: capa da edição de 2007 de Terra sonâmbula por Priscilla Lima Adentrar ao realismo fantástico de Mia Couto é uma aventura angustiante e instigante. “Terra sonâmbula”, como o título sugere, nos faz adentrar a um mundo que se aproxima do sonho com sua linguagem lírica. Sua escrita, com seus personagens, enredo e trama, resgata … Continue lendo Terra sonâmbula ou o despertar da memória

Travessias e reconhecimentos

Tela Os retirantes, de Candido Portinari por Priscilla Lima A leitura de Graciliano Ramos sempre faz pensar. Seja no cotidiano da vida, seja nas questões sociais ou existenciais. O problema é que na escola aprendemos que Graciliano, juntamente com Guimarães Rosa e outros, retrata questões regionais e do sertão nordestino. A apresentação desses autores já … Continue lendo Travessias e reconhecimentos

Viola, violeira: resistência e potência na travessia retirante

imagem de Luciano Joaquim, retirado de https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ariano-suassuna.htm por Priscilla Lima e Lívia Gomes dos Santos Esse texto é parte de um capítulo escrito por mim e pela Lívia e que foi publicado recentemente no livro "Essas mulheres: o protagonismo da mulher na canção de Chico Buarque". Para quem tiver interesse em adquirir o livro para ler … Continue lendo Viola, violeira: resistência e potência na travessia retirante

Chimamanda Adichie – travessias em “No seu pescoço”

imagem: capa do livro "No seu pescoço" por Priscilla Lima “No seu pescoço”, de Chimamanda Adichie, é uma coletânea de 12 contos publicada originalmente em 2009, e no Brasil em 2017. Além dessa coletânea, Adichie publicou os romances “Hibisco roxo”, em 2003, “Meio sol amarelo”, em 2006, e “Americanah” em 2013. “Meio sol amarelo”, além … Continue lendo Chimamanda Adichie – travessias em “No seu pescoço”

Névoa, esquecimento e as marcas civilizatórias

Imagem retirada de https://medium.com/emiliogarofaloneto/kazuo-ishiguro-e-o-o-gigante-enterrado-o-dilema-entre-lembrar-e-esquecer-3e3260a12544 por Priscilla Lima “Você pode estar se perguntando por que Axl não pedia aos outros aldeões que o ajudassem a recordar o passado, mas isso não era fácil quanto se poderia supor, pois naquela comunidades o passado raramente era discutido. Não que fosse um tabu, mas ele havia de algum modo … Continue lendo Névoa, esquecimento e as marcas civilizatórias

Leituras da Quarentena Conto#6 – A SENHORA DO GALVÃO (Machado de Assis, 1884)

Começaram a rosnar dos amores deste advogado com a viúva do brigadeiro, quando eles não tinham ainda passado dos primeiros obséquios. Assim vai o mundo. Assim se fazem algumas reputações más, e, o que parece absurdo, algumas boas. Com efeito, há vidas que só têm prólogo; mas toda a gente fala do grande livro que … Continue lendo Leituras da Quarentena Conto#6 – A SENHORA DO GALVÃO (Machado de Assis, 1884)

Fulano e o culto a si mesmo

imagem retirada de: https://sbpmg.org.br/wp-content/uploads/2019/02/uso-das-redes-sociais-e-narcisismo.png por Priscilla Lima O conto “Fulano”, publicado originalmente em 1883 na Gazeta de Notícias, integra a coletânea “Histórias sem data” publicada por Machado de Assis em 1884. Na sua costumeira ‘Advertência’, Machado explica que o título se refere ao fato de que “estas páginas como tratando, em substância, de coisas que … Continue lendo Fulano e o culto a si mesmo

As cartas

por Priscilla Lima Quem me conhece, sabe e está cansado/a de escutar: sou uma apaixonada por Machado de Assis.Como quase todo mundo, comecei a ler Machado na escola. E pessimamente. Por quê? Porque a leitura de escola não serve pra nos fazer gostar de literatura. É um paradoxo, eu sei. Poderia ser, mas não é. … Continue lendo As cartas

Leituras da Quarentena – conto#7 – “Fulano” (Machado de Assis, 1884)

Imagem retirada de https://portalwalachai.wordpress.com/2020/03/18/marketing-pessoal-dicas-e-exemplos/ Fulano, por Machado de Assis Venha o leitor comigo assistir à abertura do testamento do meu amigo Fulano Beltrão. Conheceu-o? Era um homem de cerca de sessenta anos. Morreu ontem, dois de janeiro de 1884, às onze horas e trinta minutos da noite. Não imagina a força de ânimo que mostrou … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#7 – “Fulano” (Machado de Assis, 1884)

Despedaçamento e ruptura – a barbárie civilizatória

Imagem retirada de: https://www.planocritico.com/critica-o-mundo-se-despedaca-de-chinua-achebe/ Por Priscilla Lima “As histórias importam. Muitas histórias importam. As histórias foram usadas para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e humanizar. Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também podem reparar essa dignidade despedaçada” (Adichie, 2009/2019, p. 32). No começo de janeiro iniciei a … Continue lendo Despedaçamento e ruptura – a barbárie civilizatória

O silenciamento de um passado presente

por Priscilla Lima “Alteridade, memória e narrativa”, de Antonia Pereira Bezerra. Comprei esse livro durante a feira virtual da USP com vistas à minha pesquisa sobre narrativas e rememorações. Ao abri-lo hoje para iniciar a leitura, me veio a decepção. Não era um livro teórico, mas a apresentação de uma pesquisa realizada na UFBA cujo … Continue lendo O silenciamento de um passado presente

A causa secreta e o sadismo estrutural

Imagem "Retirantes", de Candido Portinari (1955) por Priscilla Lima “Não me podes negar um fato – disse ele –; é que o prazer do beneficiador é sempre maior que o do beneficiado”Quincas Borba(Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, 1879/2016a, p. 197) O conto A causa secreta foi publicado, em 1896, no livro … Continue lendo A causa secreta e o sadismo estrutural

Anne Brontë, a pena afiada de uma escritora (quase) esquecida

por Priscilla Lima Anne Brontë é a irmã menos famosa entre as irmãs Brontë. O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë, e Jane Ayre, de Charlotte Brontë, são bem mais conhecidos e com algumas adaptações cinematográficas de sucesso. Apesar de não ser tão conhecida – além de ter publicado apenas dois romances, ela morreu … Continue lendo Anne Brontë, a pena afiada de uma escritora (quase) esquecida

Loteria feita garante a colheita – a barbárie no conto “A Loteria”, de Shirley Jackson

Imagem retirada de https://www.frightlikeagirl.com.br/2019/01/a-loteria-shirley-jackson.html por Rosana Ferrari Pandim Lisboa Teixeira (mestranda PPGP/UFG) Obs.: A análise que se segue é do conto disponível aqui e aqui. Nossa recomendação é que se faça a leitura do conto antes da análise, pois a breve apresentação do conto contém spoilers do desfecho. Quando “A Loteria” (The Lottery) foi publicada … Continue lendo Loteria feita garante a colheita – a barbárie no conto “A Loteria”, de Shirley Jackson

A Loteria

Imagem em destaque retirada de https://literaturaemmigalha.wordpress.com/2016 Conto escrito por Shirley Jackson Tradução de Ana Resende (Originalmente publicado em 1948 no New Yorker, e tradução para o português publicada em 2014 na Revista Literária em Tradução). A manhã de 27 de junho estava límpida e ensolarada, com o calor refrescante de um dia em pleno verão; … Continue lendo A Loteria

Velha-corpo

Imagem de: http://www.aleahchapin.com/201819/2019/9/13/and-it-caught-fire Minhas atividades na universidade envolvem, além do ensino, atividades de orientação de pesquisa na graduação e na pós-graduação. Na graduação, uma das que mais me dá prazer é a orientação no Programa de Iniciação Científica. Os resultados desenvolvidos pelos alunos e pelas alunas que acompanho têm sido muito gratificantes. Gostaria de compartilhar … Continue lendo Velha-corpo

Leituras da Quarentena – conto#6 – “A causa secreta” (Machado de Assis, 1885/1896)

Garcia, em pé, mirava e estalava as unhas; Fortunato, na cadeira de balanço, olhava para o teto; Maria Luísa, perto da janela, concluía um trabalho de agulha. Havia já cinco minutos que nenhum deles dizia nada. Tinham falado do dia, que estivera excelente, — de Catumbi, onde morava o casal Fortunato, e de uma casa … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#6 – “A causa secreta” (Machado de Assis, 1885/1896)

Nicolau – inveja e barbárie

por Priscilla Lima “Quando ‘Nicolaus’ ocupam posições de poder, a escuridão se espraia e atinge a muitos, que ficam impotentes para dela escapar” (Migliavacca, 2018, p. 67) “Verba testamentária” é um conto que instiga desde o título (para ler o conto clique aqui). Um conto que trata de um testamento é, no mínimo, curioso. Ainda … Continue lendo Nicolau – inveja e barbárie

Leituras da Quarentena – conto#5 – “Verba testamentária” (Machado de Assis, 1882)

“… Item, é minha última vontade que o caixão em que o meu corpo houver de ser enterrado, seja fabricado em casa de Joaquim Soares, à Rua da Alfândega. Desejo que ele tenha conhecimento desta disposição, que também será pública. Joaquim Soares não me conhece; mas é digno da distinção, por ser dos nossos melhores … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#5 – “Verba testamentária” (Machado de Assis, 1882)

As relíquias atuais do Brasil de sempre

por Priscilla Lima A realidade brasileira não se alterou muito dos fins do século XIX até a atualidade. Ainda vemos o racismo, a pobreza e a violência se manifestarem abertamente nas ruas, nas escolas, nas empresas, no cotidiano. Situações de crise fazem com que essa realidade se escancare de forma mais evidente, e revela o … Continue lendo As relíquias atuais do Brasil de sempre

Leituras da Quarentena – conto#4 – “Pai contra mãe” (Machado de Assis, 1906/2007)

A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#4 – “Pai contra mãe” (Machado de Assis, 1906/2007)

Espelhos e a trajetória do opressor

por Priscilla Lima “Cuidado!”, nos alerta Mario Quintana, “A nossa própria alma apanha-nos em flagrante nos espelhos que olhamos sem querer” (1973/1995, p. 5). Mas não há como escapar deles, pois estão constantemente presentes na alteridade. Melhor dizendo, eles são o fundamento da alteridade. Busco, no olhar do outro, o reflexo de quem sou. Uma … Continue lendo Espelhos e a trajetória do opressor

Leituras da Quarentena – conto#3 – “O espelho – esboço de uma nova teoria da alma humana” de Machado de Assis (1882/2007)

Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#3 – “O espelho – esboço de uma nova teoria da alma humana” de Machado de Assis (1882/2007)

“Acredito, logo existe”

Reflexão a partir do conto de Machado de Assis, "O segredo do bonzo" (1882/2007) (para ler o conto, acesse aqui ou aqui) por Priscilla Lima As narrativas têm um poder enorme sobre nossas subjetividades. “A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”, … Continue lendo “Acredito, logo existe”

Leituras da Quarentena – conto#2: “O segredo do Bonzo” (Machado de Assis, 1882/2007)¹ ²

O SEGREDO DO BONZO - CAPÍTULO INÉDITO DE FERNÃO MENDES PINTO por Machado de Assis Atrás deixei narrado o que se passou nesta cidade Fuchéu, capital do reino de Bungo, com o Padre-mestre Francisco, e de como el-rei se houve com o Fucarandono e outros bonzos, que tiveram por acertado disputar ao padre as primazias … Continue lendo Leituras da Quarentena – conto#2: “O segredo do Bonzo” (Machado de Assis, 1882/2007)¹ ²

Pandemia e a desumanização

Imagem: Os Retirantes. Candido Portinari, 1944 por Priscilla Lima Em seu texto de 1930, “Mal-estar na civilização”, Freud faz uma análise acerca da civilização humana. No início do primeiro capítulo, ele cita a seguinte frase de Grabbe, um dramaturgo alemão: “Para fora do mundo não podemos cair” (1930/2010, p. 15). A mesma ideia parece estar … Continue lendo Pandemia e a desumanização

Leituras da quarentena – Conto#1-“Na arca: três capítulos inéditos do Gênesis” (Machado de Assis, 1878-1882)

Estamos em quarentena há 48 dias. Como forma de suportar toda a angústia despertada por tamanho desamparo, a leitura de textos literários tem me ajudado bastante. Resolvi, há 3 dias, mergulhar nos contos de Machado de Assis. Sua ironia e crítica mordaz da sociedade, nos ajuda a refletir sobre questões sociais e acerca da condição … Continue lendo Leituras da quarentena – Conto#1-“Na arca: três capítulos inéditos do Gênesis” (Machado de Assis, 1878-1882)

Dostoiévski parte 1 – Os irmãos Karamázov

por Sostenes Lima (https://www.sosteneslima.com/) Amig@s, compartilho com vocês uma experiência de leitura que vivi no último mês. Acabei de terminar a leitura de “Irmãos Karamázov”, de Fiódor Dostoiévski (1880/2012). Para muitos é o maior livro de literatura já escrito. Faz tempo que eu queria ler esse livro. Resolvi fazer isso como parte das atividades da … Continue lendo Dostoiévski parte 1 – Os irmãos Karamázov

Machado de Assis e a oligarquia brasileira – do Império e de hoje

Por José Carlos Ruy* Retirado do site: http://www.vermelho.org.br O grande escritor Machado de Assis (1839-1908), cujo falecimento completa 111 anos neste 29 de setembro, descreveu de forma atenta, e muitas vezes cruel, a oligarquia brasileira. Em sua obra, o pensamento e a ação daquela oligarquia de donos de terras, de escravos e do dinheiro, manipuladores … Continue lendo Machado de Assis e a oligarquia brasileira – do Império e de hoje

Tempus fugit… carpe diem

Somos seres temporais. O tempo além de demarcar nossa entrada, nosso percurso e nossa saída da vida, é a partir dele que nosso psiquismo se organiza. O período de intervalo entre as mamadas e a rotina do dia, ajuda o bebê a demarcar, aos poucos, o dentro e o fora, o eu e o outro, … Continue lendo Tempus fugit… carpe diem

A INDÚSTRIA CULTURAL: O ILUMINISMO COMO MISTIFICAÇÃO DE MASSAS – MAX HORKHEIMER E THEODOR ADORNO

Territórios de Filosofia

A INDÚSTRIA CULTURAL: O ILUMINISMO COMO MISTIFICAÇÃO DE MASSAS.

MAX HORKHEIMER E THEODOR ADORNO.*

A tese sociológica de que a perda de apoio na religião objetiva, a dissolução dos últimos resíduos pré-capitalistas, a diferenciação técnica e social e a extrema especialização, deram lugar a um caos cultural é cotidianamente desmentida pelos fatos. A civilização atual a tudo confere um ar de semelhança. Filmes, rádio e semanários constituem um sistema. Cada setor se harmoniza em si e todos entre si. As manifestações estéticas, mesmo a dos antagonistas políticos, celebram da mesma forma o elogio do ritmo do aço. As sedes decorativas das administrações e das amostras industriais são pouco diferentes nos países autoritários e nos outros. Os palácios colossais que surgem de todas as partes representam a pura racionalidade sem sentido dos grandes cartéis internacionais a que já tendia a livre iniciativa desenfreada, que tem, no entanto, os seus monumentos nos…

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Tertúlia Literária e Saramago

Uma vez por mês, nos reunimos na casa de algum amigo para conversar sobre um livro literário. Somos um pequeno grupo que compartilha o fascínio pelos livros. Nossas reuniões se iniciaram em 2016 a partir de um projeto de extensão criado por mim na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. O projeto foi … Continue lendo Tertúlia Literária e Saramago

O Silmarillion – esperança e resistência em meio às trevas

por Priscilla Melo Ribeiro de Lima O Silmarillion, escrito por Tolkien e publicado após sua morte, traz em seu escopo diversas histórias que vão se entranhando e se articulando. Desde o relato da criação da Terra por Ilúvatar, até sua quase completa devastação promovida por Melkor/Morgoth. Nessa saga dos primórdios da criação do mundo e … Continue lendo O Silmarillion – esperança e resistência em meio às trevas

Pra não dizer que não falei das flores

por Geraldo Vandré Caminhando e cantando E seguindo a canção Somos todos iguais Braços dados ou não Nas escolas, nas ruas Campos, construções Caminhando e cantando E seguindo a canção Vem, vamos embora Que esperar não é saber Quem sabe faz a hora Não espera acontecer Pelos campos há fome Em grandes plantações Pelas ruas … Continue lendo Pra não dizer que não falei das flores

Apesar de você

por Chico Buarque Hoje você é quem manda Falou, tá falado Não tem discussão, não A minha gente hoje anda Falando de lado E olhando pro chão, viu Você que inventou esse estado E inventou de inventar Toda a escuridão Você que inventou o pecado Esqueceu-se de inventar O perdão Apesar de você Amanhã há … Continue lendo Apesar de você

O maldoso gavião

por Ana Gabriela Lima Eu gostei muito de trazer minha redação escolar aqui da última vez, então aqui está outra proposta de redação que eu fiz e gostei do resultado. A proposta era fazermos uma fábula, com a moral da história sendo “Quem planta limão, não colhe laranja”. Eu fiz sobre um gavião... O maldoso … Continue lendo O maldoso gavião

Esboçando

por Ana Gabriela Lima A vida. Algo passageiro; Mas que é bom, é. Todos vivemos a vida Como delicadas borboletas. Vemos aqui, paramos ali. Mas, estamos sempre no caminho. E claro, Deus ali Observando tudo; Nos esperando na porta Que nos levará a um lugar mais bonito; Com mais belas e amadas borboletas. Lá, viveremos … Continue lendo Esboçando

Casas de Hogwarts – Lufa-Lufa

por Ana Gabriela Lima Essa casa, como todas as outras (Grifinória, Sonserina e Corvinal), recebeu seu nome em homenagem ao seu fundador, neste caso, fundadora, Helga Hufflepuff. Esta mulher foi a fundadora da Lufa-Lufa, em inglês, Hufflepuff, em homenagem ao seu sobrenome. Helga valorizava, nos alunos de sua casa, a Lealdade, a Justiça, o Trabalho … Continue lendo Casas de Hogwarts – Lufa-Lufa

Incidente em Antares, diário de leitura 2

Apesar de ter parado a leitura quando a segunda parte do livro começava, voltar à leitura não foi difícil. Li a segunda parte em pouco menos que uma semana..Erico Veríssimo tem um estilo de escrita que é fluido, e permeado por ironias e humor. O livro, incrivelmente, não foi barrado pela censura em seu lançamento … Continue lendo Incidente em Antares, diário de leitura 2